Cartas
Grafite tuas letras
No branco dentro da gaveta
E o tinture sobre a mesa
Em mãos de desnivelar
Depois crave a alma
Em linhas raras
Assine as claras
O que dizes em cartas
Eu estou a desagregar o vocabulário
Já retirei as gavetas do armário
Não há porque ficar guardado lá
Grafite tuas letras
Nos papéis sobre a mesa
E emoldura a gaveta
Como pedaço de recordar
Depois passe perfume
E a cama arrume
Para eu te desarrumar
Exponha-se em letras
Sem ser soberba
Eu vou te metrificar
Oh cartas minhas
Eternas entrelinhas
De perder e achar.