EU SOU IGUAL
Em um desses momentos em que os
pensamentos alcançam vôo, comecei
a questionar sobre os assuntos que
passavam, que nada tinham
de especial e muito menos comigo.
Embora fossem conjunturas com aspectos
fortuitos, fui surpreendido como uma
indagação que por momentos deixou-me
pensativo. Bem traduzido assim inquiria:
Se todos falam de amor, qual a razão de
tantos desencontros e destruição de afetos?
Qual seria o motivo que determinara a
divisão de dois corpos, que tempos atrás
juraram que entre eles o sentimento
não teria princípio e nem fim,
e por que do complexo de coisas singulares?
Sem encontrar uma resposta satisfatória
passei por uma sonolência de segundos,
e nessa intermitência minha mente
acomodou-se no vazio sendo circundado
por um dominante silêncio.
De volta ao estágio inicial já desperto
e refeito, argumentei como tentar o
o irrealizável se eu ainda
não resolvi minhas próprias contendas?
Afinal, minhas lágrimas ainda não secaram,
a saudade continua persistindo em morar
comigo em razão da mulher que era toda
minha querida, ter resolvido empreender
uma fuga transformando minha vida.
E assim combalido, como ajudar os que
sofrem se em seu meio ali também
estou, sem forças por ter sido
alcançado pelas mesmas garras do fatalismo?