DEIXA-ME

Deixa-me aquietar neste lugar,

afinal, foi aqui que eu vivi,

foi aqui que não vi a vida passar.

Deixa-me abraçar a saudade,

e com ela lembrar que ao sair

nada disse, e sequer olhou para trás.

Deixa-me conviver com a triste

melodia de uma solidão.

Adormecer e depois, despertar

com seu corpo em meus braços,

assim como sempre desejei..

Deixa-me sonhar, e nesse estado de

inércia, presenciar seu vulto

brincando em meu coração,

ainda que na ficção de uma fantasia.

Deixa-me em companhia de

noites sem rumo, para que eu

reviva o sofisma de suas juras.

Deixa-me rodeá-la com meu

sentimento, e nessa visão divinal,

satisfazer minhas mais íntimas ânsias...

Deixa-me afinal, nada mais

é nosso mesmo, tudo pertence

a eternidade.

Deixa-me conviver no infinito de alguns segundos, para que minha vida possa afazer-se com o sabor do fracasso,

meu troféu permanente ....

Wil
Enviado por Wil em 23/09/2010
Reeditado em 01/11/2010
Código do texto: T2515240