Encontro de almas : O amor
Entre as almas regressas e dispersas
Encontram-se lívidos os mais lânguidos
Caminhos que percorrerem o parecer
Cheios de raiva, remorsos e desprazer
Nada além das viagens em que as almas se amam
E se dessas necessidades sentidas longe
Tão fugazmente percebidas e inesperadas
Nascem em um clarão de vontades
As almas que se amam e se enganam
E recebem um ao outro pelo mundo
Crescem floridas então vidas
Carícias feitas pelas mãos do destino
Que desprendem um após o outro
Os laços que atavam no tempo
Os velhos e recobertos olhares
Parecem transparecer ainda mais
Um movimento de repugnância para morder a carne
De pisotear nos anjos das mesmas almas
Que tocavam-se com cuidado e carinho
Mas que de todo acabaram-se no meio do caminho
A dúvida por meios permanece
Por que são essas mesmas vontades sentidas
De desejos mortos e massacrados
Que fazem reviver no lado esquerdo
A vontade de abraçar com força o outro