Apenas uma bolsa
feminina no balcão.
De resto, tenho sonhos
com a mulher que a carrega.

Apenas uma bolsa no balcão...

E a noite como a madrugada,
de mim se encarrega.
O rito da vida, aflora!
Amor, paixão e sexo,
a despedirem-se avenida afora.

Quisera eu ventilar sua pele
pelos poros mudos,
de nossas carnes molhadas.
Porém, a noite
como tudo, passa...

Amanhã, seremos apenas
seres a cingirem os pés
no talho das calçadas.
E a bolsa, então esquecida
dormirá singelamente
como lembrança devassa,
no mármore da bancada.