Rebrote agora a Vida!...
... Então, “do pranto fez-se o riso”*
E aquele que era a Vida,
Tornou-se Amizade
De forma mui sentida...
O amor por quem chorei
Na minha mocidade,
O amor a quem busquei
Com tanta intensidade
Tornou-se hoje “amigo”
E traz com ele o ocaso
Do amor que foi vivido...
Abre-se o meu coração
Embora com atraso
Pois foi-se a ilusão...
Abrem-se as comportas
Do meu coração
E as imagens tortas
Se tornam solidão...
Terminou meu sonho
Ventura/maldição
E hoje está risonho
O meu coração...
Leve como o vento
Sem queixas nem lamentos
Eu busco outro amor...
E possam novos tempos
Trazer-me bons momentos
Que apaguem minha dor...
A dor que foi sentida
Do amor que machucou
Nas “décadas perdidas”
Que o tempo já levou...
E possa agora a Vida
Trazer-me o que tirou:
Da imagem mais querida
Nada mais restou...
Espero com paciência
Ante esta incoerência
Que se vá embora o pranto...
E das lágrimas sentidas
Rebrote agora a vida
A qual perdi, no entanto...
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* Esta frase deste verso não é minha, embora de modo invertido.