REMINICÊNCIAS

Só! No silêncio do meu quarto

As recordações me vem à mente.

Volto a um passado distante:

Cenas e quadros mirabolantes

Fazem-me esquecer as angústias do presente.

Fixo meu olhar, não vejo as paredes

Que se abrem para um vasto salão.

Bailam ante meus olhos os colegas de outrora

Todos passaram e foram embora

Só eu fiquei, com minha solidão.

O que fiz? O que fui? O que sou?

Sao perguntas que a mim mesmo faço.

Fui útil algum dia na vida?

Fiz feliz as pessos queridas?

Ou será que sou um fracasso?

Ergo meus olhos e vejo à frente

Um álbum, com fotos que o tempo amarelou.

Vejo ali rostos de pessoas que passaram,

Que do meu convívio participaram,

Mas, só uma ficou.

Então, no despertar do meu devaneio,

Sinto em mim acalmar minha amargura

Ao ver, ao meu lado, duas faces sorrindo,

Mostrando-me que com amor tudo é lindo:

Meus filhos, fitando-me com ternura.

Ademar de Paula
Enviado por Ademar de Paula em 04/09/2010
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