Vigília
O que sucedeu, o que se deu, o que cedeu em mim?
Fiquei insuficiente, meu corpo não me basta!
Sozinho não respiro o ar que necessito.
O ar te envolve, se te ausentas, me sufoco...
A arte volve se respiro teu sorriso
como quem sorve a luz pra se alumbrar.
Ah, lâmina lânguida da manhã que me transpassa,
a aurora cega o tédio se o azul desperta só.
Nessa hora eu só enxergo se os teus olhos me iluminam
pois sem ti tateio o tempo pra chegar ao pôr-do-sol.
Farta mágoa, falta água se me faltas
numa sede insaciável de beber o céu a beijos
ou na fome do desejo de sentir o sal da pele
quando a noite perde o sono em vigília por amor.
Eu não posso ser mais eu se não for o que tu és.