Opúsculo da Beleza
Dizem que tua beleza é comum
Comum são os olhos que a vêem
Bela é, não só tua face e tuas formas,
Mas todo teu interior de alegria
Sorriso largo, convite de amizade
Olhar intenso, mostra de teus mistérios
No largo de tua boca quero meus ensejos
No embalo de meus braços sossega tua alma
Buscas em várias faces a felicidade
Lança-te no raso vasto do vazio
Surpreendo-me com teus deleites insatisfatórios
Encanto meu é teu delírio dissimulado
Negas a intenção da carne
Fraquejas ante o poder da palavra
Sustenta-te em teus princípios
Flui em cândidas ternuras
Dar-te-á, a si mesma, o desfrute
Atenta-te para o propício efeito
Consola-te pelo bem encontrado
Almeje o mais arquitetado dos dias
Sincero foi o tenro de meu ósculo
Com verdadeiro amplexo congratulei-te
Não amealhes tu, o intrépido destino
Entregue-me teus amenos anseios
Saboreie meus cuidados no amplo deste segundo
Talho de ti a nefasta escuridão
Revelo a pureza de teu ser
Lacunas consistentemente preenchidas
Pela melodia de meu toque
Como pode o faceiro negar a beleza?
Eis que a beleza se tornou bela...
...como sempre havia sido.