Opúsculo da Beleza

Dizem que tua beleza é comum

Comum são os olhos que a vêem

Bela é, não só tua face e tuas formas,

Mas todo teu interior de alegria

Sorriso largo, convite de amizade

Olhar intenso, mostra de teus mistérios

No largo de tua boca quero meus ensejos

No embalo de meus braços sossega tua alma

Buscas em várias faces a felicidade

Lança-te no raso vasto do vazio

Surpreendo-me com teus deleites insatisfatórios

Encanto meu é teu delírio dissimulado

Negas a intenção da carne

Fraquejas ante o poder da palavra

Sustenta-te em teus princípios

Flui em cândidas ternuras

Dar-te-á, a si mesma, o desfrute

Atenta-te para o propício efeito

Consola-te pelo bem encontrado

Almeje o mais arquitetado dos dias

Sincero foi o tenro de meu ósculo

Com verdadeiro amplexo congratulei-te

Não amealhes tu, o intrépido destino

Entregue-me teus amenos anseios

Saboreie meus cuidados no amplo deste segundo

Talho de ti a nefasta escuridão

Revelo a pureza de teu ser

Lacunas consistentemente preenchidas

Pela melodia de meu toque

Como pode o faceiro negar a beleza?

Eis que a beleza se tornou bela...

...como sempre havia sido.

Pedro HD Delavia
Enviado por Pedro HD Delavia em 28/08/2010
Código do texto: T2465305
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