Como anda o coração?
Mas de qual coração estamos falando?
Tenho todos os tipos, pulsando.
Em todas as partes do corpo, agindo só.
Parece que na cabeça ele me lateja.
A fantasia do amor também pensa em amar,
e é essa coisa que sangra.
Na ponta dos dedos
existem os tipos mais curiosos, e,
por estarem sempre juntos,
são do grupo que a tudo querem tocar, sem a menor distinção
se está quente ou frio, se gela, amortece ou queima.
Tenho o coração que delira na alto do estômago.
Daquele que me faz sentir algum tipo de medo,
que, às vezes, me tira o ar e o sossego.
Nos olhos possuo do tipo mais transparente,
que me arde a alma, que fácil me entrega.
Olhos de coração, que, quase sempre,
enxergam o mundo naquela visão crua
nua, suja, quase sem cura.
Mas é por causa do coração que tenho
nos ouvidos, que eu carrego uma esperança.
Como se só os passeios por pentagramas
tablaturas, notas, tons, batidas e possibilidades
ditassem o ritmo de uma vida,
e a esperança de outras artes.
Sou tipo emoção e urgência.
Do coração que se carrega no formato da boca.
Na imprevisibilidade dos sonhos e desejos,
na loucura de satisfazer uma necessidade.