DESAMOR

Regaría-te se fosses flor, mas és espinho

Colheria-te se fosses rosa, mas és joio

Beijaría-te se fosses mel o que destilas desses teus lábios, mas é veneno

Versaría-te se fosses Erato, mas és Melpômene

Amaría-te se fosses anjo, mas és demônio

Lembraria de ti sem mágoas se não tivesses me apunhalado

Acenderia-te uma vela se não fosses tão somente escuridão

Cantaria a ti meu amor se não fosse tua alma surda e cega

Faria-te uma serenata se tua noite tivesse belas madrugadas

Roubaria seus versos se fosses poeta

Mas tão somente és insônia no meu penar

Roubaria tuas jóias se fosses princesa

Mas és somente plebéia que cruzou meu caminhar

Não me deste ouro nem prata

Me deste este coração de lata

Que insiste aqui dentro em meu peito pulsar

Imaginei um dia te dar a lua e todas as miríades de estrelas

Mas o buraco negro é o teu lugar

Não mereces nem pranto nem dor

Não mereces meu amor

Por que isso não te convém...

Mereces que te repudie, ingrata

Nesse peito que quase infarta

Por que se tornou teu refém...

Não quero mais amar ninguém...

JANA CRAVO
Enviado por JANA CRAVO em 30/07/2010
Reeditado em 30/07/2010
Código do texto: T2408945
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