Pecado Caiçara

Você disse que já tinha me visto.

Como pode isso ter sido?

Será que ando tão distraído?

Não me perdôo por isso ter acontecido.

Afinal a sua visão,

Para mim é uma aparição

Um surgimento,

É a vida em consentimento!

O seu corpo é de uma perfeição,

Que não admite rejeição.

O desenho dos contornos,

O ângulo do rosto...

Que absurdo!

Como não ficar mudo?

Petrificado,

Intimamente arrepiado!

E essa voz? Absurdamente sensual!

Você trouxe um novo e rico sentido

Para essa palavra.

Tudo que lateja! Visceral!

Terra arada!

Desafio ao juízo...

Gingado brasileiro, tribal!

Requebro trigueiro territorial!

Pecado caiçara...

Desejo que ampara!

Quero beijar todo o seu dorso.

Sussurrar elogios ao seu pescoço...

Explorar suas mãos,

Até se misturarem com as minhas!

Adentrar minuciosamente todos os seus desvãos,

Cada uma das suas linhas...

Com devoção,

Sem escorregar para a obsessão !

Com perspicácia e eficiência,

Com muita paciência.

A dose perfeita de intensidade,

Voltada totalmente para a sensibilidade!

Dentro de nossas bocas as nossas almas trocariam de lugar,

Por uns breves momentos,

Para não haver arrependimentos.

Quero que você embarque comigo,

Ampare-se em meu sorriso.

Quero com você me misturar

E, juntos nos dispersar,

Para uma paralela dimensão,

Unidos agora por outro diapasão.

Pelo espaço sideral,

Essa fusão abismal...

A perfumar o ar

Duo

Que desagua em uno!

Integração,

Celebração!

Vem! Vem comigo pra Bahia...

Viver de ousadia!

Claudio Poeta
Enviado por Claudio Poeta em 04/07/2010
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