Não seriam mentiras...
Não seriam mentiras...
Contar que não cintila o arco-íris do sol,
nem a lua constelada cada noite encanta,
não morasses no meu pensar feito farol
a luzir mais que toda candeia que exista!
Ver que a doce vida não pulsa Mistérios
bendizendo quaisquer entes que vivem,
não contasse com teus impulsos etéreos
bordando prazer nas horas que nascem!
Confessar que castelos não ergueria o mar,
desabando a seguir para mundos levantar,
não existisse teu olhar morno que acende
devaneios quando a minha alma invade!
Alegar que o futuro precoce aborta em vida
a andorinha forasteira no vento pendurada,
sem teus dons criando meu sonho d’aurora
diuturnamente em asas abertas da quimera!
Não mentiria dizendo que a vida não vive
e sorrisos não sorriem ao infinit'acontecer,
enquanto teus os passos mansos não ouve,
nem o dia raiado se sobrepõe ao anoitecer!
Santos-SP-05/09/2006