adeus aos mortos
Pelos caminhos tortuosos da vida
me encontro destende perdido
procuro sem amparo o resultado
de ter te encontrado algum dia
Face espremida, sofrida latente
perdido no vazio que me tornaste.
Vejo-me agora estonteado na tua face
perdido no marasmo de teus beijos
na frieza do teu corpo inerte
procuro em vão teu pulso amigo
solidão, sem suspiro, sinto
vejo-o partindo de repente
sem nem se quer poder te dar adeus.
Procuro em mim a tua face amiga
só encontro a desilusão de uma vida
apedrejem poetas fartos de desilusão
entregue-se mal carater do amor
foge homem amargo da dor do amor
penetras-te o coração pugente
vai-se a vida comovente.
Perdido no nada do seu ser
morre assim o grande homem
que na vida não soube viver
em cuja morte encontra-se o morrer
saber o que foste no nada da vida
e perdes na escuridão do mundo alheio
foge alma perdida desencanta, desparece
apodrece corpo infame, fede
vai embora para tua última morada.