Deito nos braços de outro
Você é apenas um menino
Sonha com ideais e bandeiras...
Abre mão da vida à sua espera
E respira unicamente por uma revolta
Um vislumbre quase utópico
Necessário para torná-lo mais vivo.
Bom... talvez não apenas sonhe
Realiza em suas batalhas
O configurar desconexo do que sou
Enquanto armo esquemas e ilusões
Você faz de conta, importante se julga
E crê enfim que é feliz
Se em teus olhos brilha a fúria de uma luta.
Mas incrédula confesso e pergunto
O que queres com ela?
Uma face sóbria de ar insosso
Um olhar triste e meio vazio
Talvez um coração que não se submeta a você
Ou será uma relação natural
E de término irremediavelmente tardio??
Um momento quase que animal
Mas inerente a um revelar triste... vazio.
E respostas por quê? Faria diferença!
Apresentou-se um menino nos pecados
Mas é um homem que fere e domina
Não vi o brilho dos seus olhos
Não tive impregnado o suor
Marcas dos seus dentes e toques
Nada se manteve em meu corpo
Entretanto diga-me...
Há algo a fazer se o melhor de mim
Em palavras suas você arrancou?
E toda essa ardente mágoa
E todo esse infindo dia...
Deito nos braços de outro
Acordo a te fazer poesia.