Não quero a IMORTALIDADE

Li teus últimos versos

E posso lhe escrever agora

Que não quero a IMORTALIDADE

Só quero que você volte a SER O QUE ERA ANTES

O meu POETA que me fez APAIXONAR

Por cada palavra

Cada entrelinha

Cada ponto e vírgula que me fez traduzir-te

E descobrir-te a cada dia

Nos espaços em branco

E no contexto descrito

Sinto saudades

De tudo que contemplei em você POETA

Da tua essência

Da tua forma

Do teu conteúdo

Da tua consistência

Da tua prosa

Da tua rima

Da tua alegria

Da tua euforia diante da vida

Da tua tristeza

Da tua beleza

Sinto falta

Do amor imaginado e sentido

E que ficou esquecido

Na memória somente

Sinto falta

Do ser poético

Do escritor

Do feliz e inteligente tradutor

Das frases mal acabadas

Dos sentidos polidos

Da loucura em desatino

De cada pedaço de você

Sem você me sinto

Feito uma página amarelada pelo tempo

Que possui cheiro forte e traças

Gramatura quebradiça e cheia de pluralidade

Onde deixei pétalas de rosas

Para lembrar que um dia te amei

E te amarei eternamente

Seja em pensamentos ou em poetrix

Quero-te de volta meu poeta

Para que eu possa viver uma vida

Cheia de textos e contextos

Que possa transformar isso em verdades profundas

De uma leitora e um poeta

Que um dia se encontraram

E não SE ABANDONARAM

Viveremos num VÉU DE CONTEMPLAÇÃO mútuo

Não quero ser condenada a um livro em branco

Sem capa e marcador

Quero ler-te do início ao fim

Com um final feliz

Sou mortal

Quero pelo menos viver esta história

Manaus, 10.06.2010 às 16:11