VOCE É MINHA ULTIMA DOR
Quando inaugurei meu ultimo suspiro de saudade,
Determinei dentro de mim.
Que aquela noite seria a ultima.
A ultima onde eu olharia para as estrelas,
Não mais comporia versos de amor.
Você seria minha ultima dor.
De joelhos sobre a relva úmida, agradeci.
Por esses olhos negros que me iluminaram,
Por essas mãos macias que me acariciaram,
Pelos seus sussurros,
Que me levaram a loucura muitas vezes.
Como não ter amado essa mulher?
Como me sentir frio,
Diante de tanta felicidade?
Sempre te amar foi um poema para mim,
Foi uma dádiva oferecida,
Foi um encontro dos anjos.
Como ainda te amo!
E disso não posso me libertar,
É mais do que uma verdade.
É chegar ao cume
E não ter vontade de descer.
Se não te amo,
Porque essa angustia?
Você é minha ultima dor.
A dor da perda,
A dor da aceitação imposta.
A dor de não ter você ao meu lado.
Como lutar contra isso?
Não tenho sequer um alento
Que me possa socorrer amanhã.
Porque hoje...
Você é minha ultima dor,
Que causa cicatrizes imensas.
Como ficar alheio a tudo que você me representa,
A toda verdade que me rodeia.
Se vejo em você,
O tudo que me satisfaz.
Me apaixonar novamente,
É extinguir essa dor
E dela não sei como me livrar.
Talvez eu nem queira,
Ou talvez eu nem possa.
Hoje o orgulho, o egoísmo
Me faz colocar essa dor num pedestal.
Um símbolo a frieza que não tenho.
Porque essa dor ainda me aquece.
Choro, choro muito.
Um livro de lamentações
Deu inicio a um romance.
Onde o protagonista,
É a falta de um amor
Na vida de um homem.
Um homem que amou muito.
E desse amor ficaram as recordações...
Os sussurros,
Os idílios,
A alcova desarrumada,
O perfume,
O êxtase,
A saudade,
O inesperado,
A saudade...
E no final...
No final restar somente a dor.
Você é minha ultima dor.
Di Camargo, 06/06/2010