ROSA DOS VENTOS

Súbito e sem explicação, fui tomado

por um desejo de não mais poetar.

O efeito naturalmente seria prejudicial,

pois apesar de não saber, adoro transportar

para o papel tudo o que passa pelo coração.

Nos momentos ilusórios que vivemos

surgem tantos obstáculos. Ora são os

insucessos amorosos depois de ter

amado intensamente, ora são os acatados

amigos, considerados irmãos que se afastam

sem maiores explicações...

Tudo caminha para o encerramento, sinto

o descer do pano como colocando um

ponto final em tudo no que procede sob

o influxo de uma inspiração poética.

Comparo o estado por que passo como

um encerramento de uma peça teatral

de má qualidade, onde não se ouviu em

nenhum momento, qualquer aplauso.

Quem sabe não passe de um breve

momento, assim como ocorre

com todos que são circundados pelos

efeitos da insensibilidade?

Vou deixar passar a presente fase

desta metamorfose e depois, pesar

com acuidade o que passo e seja

qual for o resultado, seguirei a direção

consignada pela rosa dos ventos...

Wil
Enviado por Wil em 05/06/2010
Reeditado em 05/06/2010
Código do texto: T2301153