Lençóis Desarrumados

Um corpo quente, manhoso, vem se chegando dengoso, suave, bem de mansinho

Se encosta, atiça como um açoite; se enrosca, pede com muito jeitinho

Não fala, sussurra muitas promessas, quer sempre mais um pouquinho.

É urgente: a fome reclama... - vem! Abraça-me, me ama. Enche meu Ser de carinho

- Inunda-me com teu desejo, deixe a paixão esta noite nossos corpos dominar

- Faz tempo que eu não te vejo, meu corpo arde, sedento, querendo de teu corpo provar

A voz da fêmea só cala com o beijo a lhe sufocar; um abraço forte precede a tomada de seu altar Arqueia o corpo, se ajeita; o que queria não enjeita: abre caminho, busca melhor se entregar

Roupas a esmo jogadas, cabelos em desalinho; os lençóis desarrumados ocultam inaudíveis gemidos.

A pressa fica de fora, o Tempo não conta agora; há que se amar calmamente, acariciar com vagar,

Sugar o néctar dos lábios, ir aos dois seios brincar, usufruir das delícias que o corpo de uma mulher tem

Não nos perdermos na luta é um aprendizado constante, proporcionar a amante, o que dela mais é querido

O orgasmo pleno, sem freios, de quase perder os sentidos, de não se saber onde está

Parece cadela no cio, não fica nada vazio. A mulher se doa no todo, devemos fazê-lo também.

O orgasmo pleno, tão falado quanto pouco vivenciado, é daqueles que fazem a mulher perder o chão, demorando alguns minutos para retomar consciência do que a cerca. Torna-se uma experiência inesquecível, para quem tem o privilégio de vivê-la.

Vale do Paraíba, tarde da última Quinta-Feira de Março de 2009

João Bosco

Aprendiz de Poeta
Enviado por Aprendiz de Poeta em 28/05/2010
Reeditado em 25/11/2019
Código do texto: T2285855
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