O PRIMEIRO AMOR
Boa tarde, ou bela moça,
Meu bom dia eu já lhe dei,
Foi quando muito cedinho,
Do sono eu despertei,
Sonhando com seu sorriso,
Abri os olhos e chorei.
Chorei o tempo perdido,
Quando eu era criança,
Trabalho que me tirou
Parte da minha infância,
Chorei por não extirpar
Essa magoa da lembrança.
Magoas que eu não esqueço,
Do meu tempo de menino,
Correndo com pés descalços
Muito queimado e franzino,
Por entre espinhos e gravetos,
Poeira e redemoinho.
Corria por sobre as pedras,
Subir, descer ou baixio,
Chorar, só quando caia,
Deixava a dor no vazio,
Gritava aos amigos a frente,
Quando em vez um assovio.
Morava no pé da serra,
Aquela moça bonita.
Correndo por lá passava,
Min’alma ficava aflita,
Parava para fitá-la
Saudosa hora e bendita.
Bom dia ou bela morena,
Boa tarde com amor,
Lembro bem daquele dia
Que lhe entreguei uma flor,
Boa noite em lembranças,
Desse inocente amor.
Rio, 21/04/2010
Feitosa dos Santos