Da alegria e seus rastros
Já não sei falar de ausências,
De faltas falar já não me apraz,
Nem tampouco de aparências,
Nem das dores que a vida traz.
Destarte os sonhos hei de cantar,
Brotando d’ alma como luz ardente,
A graça do amor a transbordar
De um singelo poema nascente.
Hei de cantar o belo e a alegria,
Seu doce acorde transformar
Em verso, em fluida poesia,
Enquanto puder versejar.
E quando, por fim, se calar
A voz do poeta, e eu me for;
No céu de ébano há de brilhar
Um rastro de luz e amor.