SE TU FÔSSES

Se tu fôsses
Um querubim
No murmúrio do teu cosmo
Na surdina,em guarda
Em tua tímida divindade
A espantar-me a retina
Na ilisão do teu rito
Numa ladainha lasciva
No vapor do teu perfume
Nem que fôsse
Só por um momento
Em tua existência que invento
Caindo do céu,enlaçado
Por entre imperceptíveis beijos
Na profusão dos nimbos tramados
Em plena luz do dia
A salvo na esquina
No interlúnio que declina
Deu um sol que prenuncia-te
Com o coração adiante
No aviso dos guizos clamantes
Em aturdidas delicadezas
Em tentação da felicidade
No assomo dos teus passos
Ao quase cingir dos teus abraços
Sob a sideração das estrêlas táteis
A quedar-se em mim