Eu sou o toque das suas mãos
Tuas mãos alcançam o pensamento que voa
Além de mim o toque delas me faz voar
Por mais que sejam elas, pequenas
Macias tão levemente, me leve
Atingindo a mente, somente a gente pode ser um
Sem deixar de sermos eu e você e o que há
Em nós em ninguém mais há
O que de mais puro e sincero
Que te dei no escuro da dúvida que me matava
Deixando eu viver a te esperar
Vinha me ver e cobria os olhos
Com as lágrimas que me fez derramar
Secou o oceano de um soro sem gôsto, com a solidão nas mãos
Presente na minha sala, no sofá e as almofadas
Sua alma encostada lá a me observar
Pensando se era alí que deveria ficar
E jamais ter abandonado tal lugar
É no meu peito, no meu leito
Não há razão pra não deitar e se acalmar
E acreditar que a mentira não vai revelar
A verdade que de nós escondia o frio intenso da carícia negada
Do desprezo repentino, foi armação, foi armadura
Desarmados estamos agora a sós em dois nós
Atados pelo o que mais se deseja ter:
Minhas mãos em você, seu coração pra eu continuar a ser
Seu afago, seu trago de um cigarro que te faz alucinar
Você vê coisas que não existem onde tudo existe sem se pensar
Sou eu, meu amor, sou eu! E o tempo todo estive.