MEUS PÉS
Queimando os pés,
No asfalto quente,
Que você deixou pra eu percorrer,
Nem sinto mais,
Quantos kilometros já andei
Você andando de taxi,
Eu como uma louca,
Percorrendo fazendas de solidão.
As vezes me pergunto:
Será que é você mesmo
O meu ideal de amor,
De pessoa na minha vida?
Mas o desespero de ter você,
Me deixa mais animada.
Não me importa se gasto vários tênis,
Ou peço carona na multidão.
Nem quando você desligou
A luz do nosso quarto,
E me deixou feito barata tonta.
São meus pés,
Que irão ao seu encontro.
É minha vontade que me controla.
Enquanto você for para mim;
Meu fato,
Minha opção,
Minha determinação,
Meus pés estarão no seu encalce.
Que queimem meus pés,
Esse asfalto negro e quente.
Esse deserto sem teu olhar,
Essa louca corrida,
Na qual não vejo linha de chegada.
Vou desafiando versos,
Contornando furacões,
Em busca do que chamo de,
“ Meu sonho”
Di Camargo, 30/03/2010