TRANSPARÊNCIA

TRANSPARÊNCIA

Joyce Sameitat

Bato compasso seguindo os teus passos;

Que são leves mas forte em mim ressoa...

Finas e sutis pegadas... Breves traços;

Por dentro da minha alma cada um voa...

Aparentemente finjo que não os sinto;

Quero enganar escondida o coração...

Que bate quais taças de vinho tinto;

Uma para ele e a outra para a razão...

Tento segurá-lo atando-o a um cabresto;

Carregando as leves emoções num cesto...

Para que não percebam você a passar;

Qual miragem que é no vento a me bafejar...

Seu sorriso de sol aquece a minha nuca;

Tuas mãos transparentes chovem estrelas...

Minha alma sente e dá uma parada brusca;

Captando do momento fugaz brisas rasteiras...

Na qual mesmo rarefeito você se manifestou.

O coração se acende todo e já suspeito...

Que ele também em etéreo visor te captou!

Fica então meio que cismado e sem jeito;

Porquê está lembrando o quanto te amou...

Num sonho tão lindo... Breve mas perfeito;

Onde veio a realidade invejosa e o raptou...

Você também sentiu;

Que ele te enxergou...

Quando isto pressentiu;

Bateu asas e voou...

De novo de mim sumiu!

Nem um traço sequer restou...

São Paulo, 23 de Fevereiro de 2010

Joyce Sameitat
Enviado por Joyce Sameitat em 30/03/2010
Código do texto: T2167110