DÚVIDA

Nestas páginas pairam paisagens do passado...

De perfumada primavera preparada com primor...

Passo por caminhos por ninguém antes pisado,

Perco-me em planícies de ilusório esplendor...

Amor... És proteu, gáudio, gélido ou gorjeio?

És mito que governa, deixando grifos na gente,

Guarda-nos entre grades sécteis, mas não creio,

Golpeia-nos com gosto e a tudo é indiferente!...

Amargo, absurdo e amável é o amor...

Altaneiro que ameaça-nos com apreço...

É atroz... Não tem alma e não tem cor

Mas com amor, meu amor, eu te ofereço!

Dádivas de sonhos por Deus a mim, doada!

Dileto dispersivo dentre tudo que eu escrevo,

Entrego-te minha vida cheia de tudo ou nada...

Vem a dúvida da ilusão e tira-me deste enlevo!

Inês Vieira Alves
Enviado por Inês Vieira Alves em 25/03/2010
Código do texto: T2159002