Sentença de amor
Quando t’ ocultas em teu sonho radiosamente noturno
e teu calor raia em meu corpo mudament’adormecido,
cresce a noite,dentr'anelos dos encantos florescendo,
deitas sobre mim teu vulto exalando incenso soberano!
Enquanto t’ausentas enlevado nos sonhos navegando,
sint'estremecido teu respirar ofegant'a minha busca,
como lua e oceano em matrimônio, na bravia borrasca,
que s’apalpam e jamais se afastam na noite,sonhando!
Acordarás, acordaremos! Nosso amanhã sorrisos será
na cor d’alvorada crepuscular rebentando lentamente;
do sonh’ amarrados traremos a fragrância da quimera,
frondejando vidas ungidas,que das carícias se nutrem,
como réu celestial de sentença condenado eternamente,
a cumprir dulcíssima pena de almas que se pertencem!
Santos-SP-12/08/2006