Dor de desamor
Que algum louco o único amor me roube,
desatino em polvorosa o meu peito desata
e faz a triste noit'uma vida quase morta,
rogo que outro ainda maior me arroube!
Se penso sofro a dor do desamor que virá
no beijo que em meus lábios nunca coube,
ponho nos teus olhos meu olhar que cabe,
longínquo, longa noite clamando aurora!
De grande essa dor faz a vida ser pequena;
creio que só o que nunca amou me condena,
por duvidar qu’a dor d’um amor esquecido
desarruma e quebra todo um vergel florido!
Mas se teu olhar se cala para os meus olhos
e inacreditável dor os meus olhos descolore,
à nua dor da verdade prefiro falsos brilhos
adoçando triste sofrer. Sonho meu, colabore!
Santos-SP-10/08/2006