o mar e a canoa
sempre que a vejo lá pela Gamboa
com o realejo querendo falar,
vou e procuro em Fernando Pessoa
o que em mim não consigo encontrar
pois se eu disser um versinho à toa
desses que faço querendo agradar,
sei que ela não vai dizer que destoa
pra que eu insista e volte a tentar
se o realejo a canção que entoa
pode fazê-la se emocionar,
digo ao meu mestre: vê se me perdoa,
nenhum poema a arrebatará
melhor deixar, não vai ser a canoa
que vai saber dos segredos do mar...
Rio, 26/02/2010