>QUEM<
Quem no caminho da vida, não teve os seus embates.
Seus tropeços, suas discórdias e os seus entraves.
Quem não buscou abrigo e refugio no ombro amigo.
Quem não chorou, por aquilo que lhe é tão caro,
E que lhe faz falta, e diante de tudo lhe é mui raro.
Quem não sentiu a dor da partida, sem despedida,
Sem um aceno para trás, sem as lágrimas costumas.
Quem se foi quem ficou e não esqueceu jamais;
A hora chegando, o tempo voando e o relógio a marcar.
Quem não se embriagou sedento de osculo e amor,
Sem perceber que as folhas caiam e secavam,
Que as flores no bosque e no campo murchavam.
Quem nunca ouviu o sabiá e o rouxinol assoviar,
Nas manhãs de sereno, a pular sob os galhos;
As águas dos córregos rolarem de manso,
Quando as tormentas cessavam; e a brisa a voltar.
Quem nunca perdeu o seu referencial, espiritual.
Quem nunca amou e quem nunca se deixou amar.
Rio, 26/02/2010
Feitosa dos Santos