Tem dia...
Tem dia que não suporto...
tem hora da noite que não consigo me virar...
na cama o lençol enche de calor...
me rolo para lá e para cá...
nada de sono vir, sou teu pensador...
reflito em cada coisa tua...
a carência bate como martelo num prego...
como rio que vai ao mar...
como flor que desabrocha aos poucos,
cravo másculo que sou,
que oferecem rosas às mais lindas rosas...
mas uma rosa não precisa de outra flor...
ela em si já tem seu perfume...
já tem seu encanto...
tem dia que vejo este jardim...
e olho para aquela que me faz delirar em nuvens...
elas precipitam orvalho na madrugada
em que estou acordado...
chorando ou rindo de algum evento...
alegre ou triste com alguma coisa,
que nunca é qualquer...