É MEU DESTINO AMAR

Resta agora acostumar-me com o fato,

passar o maior tempo sozinho, digerir o

amargo das afrontas e da humilhação, sem

ter ninguém que me proteja.

É, neste recanto oculto, mas só meu, que

passo horas observando os pilares

do antigo templo, ou melhor, as

ruínas das ações memoráveis de um evento...

Não adianta querer modificar esta situação mesmo

se houvesse jeito, não se pode transformar o que aconteceu,

não se pode amar quando este sentimento morreu.

Além disso, a conjuntura é real,

vivo um monodrama em tudo, aprendi

a monologar e sou eu que arrumo o quarto,

só a cama que não toco, ela conserva

o calor de um afeto quando existiu,

e desejo viver o que foi bom, mesmo que

seja só em pensamentos...

Final, preciso habituar-me a idéia de

estar só, que a lua escondeu-se por entender

que não é mais motivo de referência rítmica de uma poesia.

E se fosse só isso talvez com o tempo

até pudesse ser contemplado pelos ares

do esquecimento, mas sucede que ainda

a amo e este laço nunca será desfeito.

Wil
Enviado por Wil em 17/02/2010
Código do texto: T2092235