ATÔNITO POR AMAR DEMAIS
Por mais que eu queira fugir, me
esconder para tentar suportar todo
o desabar do meu mundo, eu não
consigo, e assim presencio todo o
desencadear do que construí.
Talvez se me tornasse invisível,
ou me escondesse nas profundezas de
um abismo, mesmo assim acompanharia
visualmente a total demolição, tal qual a
ventania desmorona um velho casarão.
Não existe um escudo protetor, nem mesmo
um esconderijo que consiga acobertar
a fisionomia de um derrotado nas
questões de amor.
Destarte, se houver um amor legítimo
ou até uma amor ínfimo, sempre
haverá uma renúncia sob o pretexto
de que "não era este sentimento que eu queria",
então, permaneço muito mais às tontas...
Estou quase certo que não sei amar é a
conclusão que me atormenta, este é o
abatimento que padeço, mas o que eu não
entendo é que meu sentimento não para de
verter.
Por ser de um tamanho gigante e viver
transbordando suporto toda uma sufocação,
o pior é que não tenho ninguém
para dar o que tenho neste coração sôfrego.