Percursos Infinitos de Nós
Vim, queimar os dias
Em que não tocas a minha face
Na tentaiva de esquecer cada sorriso
Que costumava ter e partilhar
Vim, olhar o céu e ver reflectido o vermelho dos olhos
Para perceber que através do sangue
Existe o céu da minha praia
As ondas que se desfazem obliquamente no areal
Os rochedos que não se desgastam
Vim, sentir o cheiro da Vida
Despertar para a imensidão do horizonte
Recordar o que aí vivi
Para entre as lágrimas sorrir
Jamais esquecendo de onde vim
O que sou,m o que quero, o que tenho
Vim, objectivamente sonhar
Fechar os olhos e deixar-me levar
Ao sabor do vento
Consoante o ritmo das ondas
Sentindo a areia ferver
Querendo as nuvens alcançar
Vim, prceber que as nuvens ainda aí estão
Mas que aqui o céu será sempre azul
A maré vai subindo
E lentamente vai chegando ao forte
As suas pedras vão cedendo
A sua estrutura fisica abana combalida
É preciso restaurar o equilibrio
Vim, ver a chaminé da Amizade fumegar
Enviando sinais de fumo
Que só no passado conseguem buscar
Razão para existirem
Desejuando transformar o Hoje em Ontem
Para assim finalmente te encontrar
Vim, procurar no porão da memória
Fotografias das escadas que desci
Dos trilhos que segui para te encontrar
De tudo o que escrevi para te mostrar
O que são os sentimentos
Como eles existem se justificam
Independentemente da sua Natureza
Sem ter em conta o seu significado
Apostando apenas na sua veracidade
Vim, consolar a minha saudade
Preencher os meus espaços vazios
Com a água para recuperar a força
Com os raios de sol para secar as minha slágrimas
Com os grãos de areia para me aquecer
Com a brisa para levar para bem longe a tristeza
Vim, cheirar os odores que me são familiares
Voltar a ser criança e brincar
Construir castelos que a vida não faz ruir
Acreditar que o impossível é real
E que o real é tudo o que eu quiser
Desde que na vida nunca desista de lutar e de Viver
Vim...Encontrar-nos