GRAVANDO TUA FACE

Docemente, afago tua face

Pedindo em silêncio a mim mesma

Que guarde bem os teus traços

Na lembrança feliz do meu tato.

Seus olhos semicerrados me encorajam,

Dão permissão que eu vá além e,

Vencendo meu embaraço, continuo.

Deixo solta, a vontade de tocar-te assim

Para que saibas o quanto quis fazê-lo

Sigo as marcas, que a vida te concedeu

E os sulcos, que a idade te deixou

Como experiência e vicissitudes.

Jamais pensei que a textura de tua pele

Vincada, cheia de linhas, pudesse ser

Tão mais agradável e excitante ao toque.

E despertar-me uma sede de desejos.

E quando desenho tua boca com meus dedos

E não posso ir adiante e paro,

Repito baixinho, num sussurro:

Amo-te... Adoro-te... amo-te tanto...

E avidamente te beijo...

Vitoria Moura 21/01/2010