O AMANHÃ SERÁ MELHOR?
As horas da madrugada teimam marcar passos, elas não passam, e na extensão de seu caminhar, a única coisa que faço é me revirar na cama.
Alucina-me o barulhento som dos tique-taques do relógio no silêncio de meu quarto, que se avoluma a cada segundo que passa.
Nada posso fazer inerte eles conseguem arrastar-me para outras paragens que não desejo vê-los, nem em pensamentos.
Quanto menos espero, o sol expulsou a escuridão da noite, um novo dia e nele tento esconder-me
para não sentir os efeitos do tempo, que não me deixa viver.
De repente uma outra noite chegou, acomodou-se em seu trajeto sem se incomodar com ninguém, principalmente por quem sofre por amor.
Pela casa a andança continua sem encontrar um lugar certo para repousar, e refletir porque não consigo atinar os motivos deste desassossego
O martelar dos tique-taques persistem, sempre fiel aos seus princípios mecânicos, que para mim significam avalanches de pensamentos.
Já não posso resistir à saudade, é tamanha que começo a pender desfalecido
na minha própria forma de querer...