É sublime amar assim,
sem poder se ver.
É o amor manifesto
com outra expressão.
É puro amar assim,
sem nada querer.
Talvez seja esta
uma legítima afeição.
Não nos pertencemos
e no entanto, nos temos.
Nada esperamos
e se esperamos, sofremos.
Mas, lá no cerne
do quanto nos queremos,
sobrevive a tênue esperança
de que ainda nos veremos.
São longínquas esperanças,
remotos anseios...
mas não temos vivido
destes devaneios?
Quando o amor é grande
a gente não esquece.
Os ânimos se altercam,
a chama arrefece,
parece que vai morrer
e de repente aquece.
É que o "coração tem razões,
que a própria razão desconhece".