FLORES CRUAS
Os caminhos do afeto estão obstados
Assim minhas mãos desconectadas de mim
Me escondem
De você
Minha alma numa clave
Chora a falta do sol
Clamo para que vejas
A maciez das manhãs
Do meu céu de papeis azuis
De enrolar maçãs!
Vem moça do sorriso largo
Vem dissolver as trevas
Plantar flores neste inverno
Para que a primavera me ache
Beije a boca da solidão
Com teus lábios carnudos
Porque é a minha boca que beijas
Sê tu, minhas manhãs
A cavalgar nas ancas
Dos meus sonhos afoitos