AMOR ETERNO

Vou-me embora Isadora

deixar de uma vez por todas

O mel nas tintas tão rubras

dos teus lábios de amora

Vou-me embora Isadora

minha pequena lua nua

louçania de tulipa

que só se ama e se adora

Vou-me embora Isadora

na a varanda da nossa paixão

sobre um mar de arco – íris

engolfou-se céu de cinzas

aguilhoadas de escorpião

Vou-me embora Isadora

eu jamais devia derrubar

mas jamais devia vasculhar

na tua caixinha de Pandora

Vou-me embora Isadora

deixar de uma vez por todas

de esmaltar tuas velhas promessas

de servi-las em coloridas travessas

mas que pelas janelas d’alma

você sempre as arremessa

Vou-me embora Isadora

deixar de gritar teu nome

ora, como estocadas de cimitarras

ora, como poções melífluas de amor

que num corpete tecido por ninfas

você sedutoramente amarras

Vou-me embora Isadora

deixar de suplicar teu nome

como um refrão de vida e luz

que ora dissolve ora revigora

no frio ou no calor das horas

Já vou-me embora Isadora

só me diga como viver

sem você, minha pequena lua nua

louçania de tulipa

que se ama e se adora?

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Davi Cartes Alves
Enviado por Davi Cartes Alves em 27/12/2009
Código do texto: T1998657
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