Vivir sin Aire

Acordar de manhã e sentir desalento

Deixar os dias passar na incógnita

Do que sentes ou do que um dia sentirás

Enquanto no corpo alimento o que é rejeitado

Algo profundo e saudável

Que me encantaria entregar

Como se oferece uma flor

Tal qual um suspiro de Amor

Mas esses presentes eu guardo em mim

O tempo passa num espera sem fim

E o mar vem chegando pouco a pouco

Talvez até tenhas encontrado a tua estrela

E eu seja agora apenas refugo do passado

Deixando o presente em mim o sabor amargo

Do que nunca existiu ou tentas matar

E do que ainda guardo em mim bem vivo

Com a noite vêem os fantasmas

Em ondas mansas de Saudade

Profunda, incomoda, demolidora

Por tudo aquilo que não tenho ao meu lado

De dia vem a esperança

De que alguém me estenda a mão

E me ofereça a lua cheia

Para iluminar a minha noite

Mas até os dias passam na escuridão

O equinócio não muda, nada se altera

Permanece o mesmo silêncio angustiante

A mesma inércia, a mesma solidão

Pergunto-me o que sentirás

Será que te lembras de mim

Nutrirás algum tipo de Saudade

Falta de mim ou de algo em mim?

Ai...Ai...

Eu sinto

Não de algo

Mas de Tudo

Não de uma parte

Mas do Todo

Como eu queria conseguir viver sem ar

Como eu gostava de viver sem água

Como me encantava querer-te um pouco menos

Como eu queria puder viver sem Ti

Mas...Ai...Ai...*

Sonya
Enviado por Sonya em 21/07/2006
Reeditado em 04/08/2006
Código do texto: T198545