A Busca da Borboleta

Procuro-te onde sempre tiveste

No meu coração como parte integrante

Onde todos os dias te encontro

Porque sou dona dos meus sonhos

Lá não existem barreiras, porque moram certezas

De que aquilo que sinto é verdadeiro

Embora me deixe ficar prostrada a um canto

Para ninguém incomodar com o meu amar

Nunca gostei de brincar às escondidas

Desde de pequenina que me fazia chorar

Procurar alguém e nunca encontrar

Para quê fugir quando se pode achar?

Por isso jogava à apanhada

Corria e cansava-me em tropelias sem fim

Mas via do que fugia e o que procurava

Não era um jogo da cabra cega mas uma busca infinita

E talvez por isso, hoje, por ironia

Alguém me tenha pedido para entrar

No quarto escuro do Amor

E eu encantada pelo convite

Envolvi-me e deixei-me encantar

Procurei horas intermináveis

Até deixar os meses passar

Tentei de tudo, mas nem esse tudo bastou

Sai desse jogo rejeitada

Desprezada e abandonada

Sózinha com a minha dor

E aqui estou...

Também eu no mesmo sitio

Onde sempre me encontraste

Resistindo a tudo

Experimentei mil artificios

Investi em centenas de sonhos

Perdi-me na luta incessante de te achar

Mas tu escondeste-te tão bem

E até mesmo eu que tanto tentei

Jamais te consegui abraçar

Aquele gesto que só temos uma vez

Mas que basta para nos envolver

Pela vida, pela existência

Porque está na nossa essência

Viver sem jamais esquecer

Quem nos salva da dor

Quem nos ama com ardor

Talvez por isso

Prefira pensar

Que te vais lembrar de mim

Deitada ao luar

Enroscada nas estrelas

Ligada ao Mar

Piscando-te o olho a cada por-do-sol

Protegendo-te em cada relâmpago

Talvez por isso

Prefira pensar

Que não me vais esquecer

Mesmo quando o tempo passar

Porque um dia vais finalmente vais perceber

Quem, o què e o que eu era...

Uma borboleta à procuar de um sonho

Sonya
Enviado por Sonya em 19/07/2006
Reeditado em 04/08/2006
Código do texto: T197480