Amor prá toda Vida
Árvores frondosas, viçosas, enfeitadas com flores primaveris
Pássaros a cantar, festivos, voando em bando no azul do céu.
No lago, multicores peixes nadando, patos e cisnes em lua de mel
Ao longe, um idoso casal caminhando ausentes do bem e do mal,
Envoltos em aura de encanto, indiferentes ao mundo real.
Festejam a mãe Natureza: vem de mãos dadas, tranqüilos a sorrir.
Um quadro assim tão idílico alegra o meu coração
Apaga passadas agruras, descortina novos caminhos
Vejo o amor transbordando naquele casal de velhinhos
Embelezando um parque qualquer, de uma fria cidade banal.
Me pego chorando - não ligo – são lágrimas de pura emoção;
Aqueles dois velhinhos de mãos dadas, celebrando precioso ritual...
...carregando solenemente o sonho de um amor perene, de um amor que se quer eterno – um terno amor Ideal.
Estamos habituados, em nossa cultura ocidental, a chorar a partida de um ente querido, esquecendo-nos de que, como nos ensina sabiamente as doutrinas vindas do Oriente, ao transpor as limitações impostas pela matéria, aquele Ser que partiu, muitas vezes prematuramente, tornou-se ainda muito mais próximo de nós.
A Vida, em todos os seus aspectos, pauta-se pela renovação: quando alguém parte, nada terminou: apenas há sinalização de que outro alguém chegará.
Tarde do segundo Sábado de Outubro de 2009
João Bosco (Aprendiz de poeta)