NA COTRAMÃO DO AMOR
Pensar para poder falar
E não falar e falar para pensar.
A dor provém da ferida,
Quando essa não resolvida,
Começa cedo a descerrar.
Seqüela de ferida aberta,
De quem se acha tão certa,
Mas não sabe se desculpar.
É certo não saber amar,
Quem fala e fala, mas não faz,
São hábitos bem costumas,
Quem não leva a vida a sério.
Tudo em si se faz mistério,
No espaço seu tempo é o vácuo,
Sabedoria? É farpa e cavaco,
Sem nada a levar em conta.
Quando um erro desponta,
Começa, pois, a se defender.
Mesmo sem muito querer,
Replica o que é incontestável,
Finge ser dócil e amável,
No âmago é só confusão,
Quando perde vem abaixo,
Olhos tristes e cabisbaixos,
Pulsa lerdo o dolorido coração.
Adeus passante da vida,
Passasses nela na contramão.
Rio, 19/10/2009
Feitosa dos Santos