Amanhã... Sempre um amanhã.

Solidão, mísera condição do destino que me deixa só...

Sente-se uma dor na alma, machuca pois nada te acalma.

As horas que se vive são vazias e eternas, nada se salva.

O pensamento então vagueia e na garganta existe um nó.

Olhar pelos cantos, procurando não sei o quê...

Passos sem destino, vive-se quase um desatino,

Olhar sem estar vendo e saber que não compreendo

A razão deste meu viver... tudo porque não tenho você.

A esperança é a triste perspectiva dos desesperados,

Única réstia de luz por onde eu carrego a minha cruz.

É uma trilha tortuosa de uma estrada bruta, sinuosa.

Onde não há Sol e nem estrelas, apenas a treva dolorosa.

Vagar sem horizonte é andar por um vale de espinhos,

Não existe partida nem chegada e muito menos um ninho.

Ah... esperança, única posse minha neste eterno viver,

E pensar que amanhã... sempre amanhã, eu possa ter você.

Dorival C. FERNANDES

No Leblon de Pontal do Paraná em 14/11/97

..." o relógio marca 3:14 da madrugada... de uma noite abafada, triste, como tantas "...