Clareira

Frágeis raios de luz irrompem da escuridão da floresta

Teus olhos furtivos encarando minha face triste

Tuas palavras confusas inquietando meus pensamentos.

Teu rosto pálido me fitando curiosamente,

Enquanto teu olhar penetrava na minha alma.

Aquele silêncio torturante, a ausência das palavras

Refletida em olhares que diziam tudo.

Simplesmente olhar pra você, por segundos eternos

Observar cada um dos teus traços, dos teus risos

E te ver me olhando com a mesma curiosidade.

Sentir o tempo congelado se trincando, derretendo,

Sob a relva molhada com o orvalho da noite.

Te olhar é como ver o céu num pálido anoitecer

E enquanto sinto o toque da tua mão na minha

Sei que o nosso mundo gira na mesma freqüência,

Que os nossos corações pulsam pela mesma razão,

E que viver pra nós tem o mesmo sentido.

Abandonados na luz do tímido anoitecer

Os raios do sol se dissolvem na floresta densa

E continuamos ali, vendo o tempo escorrer

No lugar mais lindo do mundo.

Marina Dalmass
Enviado por Marina Dalmass em 15/11/2009
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