ANDANÇAS DA VIDA
Por saudades podemos até chorar,
Isso longe está de ser estupidez.
O saudosismo só não é uma ponte,
A quem na vida, pouco ou nada fez,
Não viu, ouviu e fechou-se ao mundo,
Num silêncio mais que profundo,
De depressão humana e insensatez.
Naveguei de um extremo ao outro,
No mapa que mostra o sentimento,
Andei por solos frios e escaldantes,
Pernoitei sob as estrelas e ao relento.
Trôpego, caminhei por sobre a terra,
Andrajoso, onde o fim se encerra,
Mas a Deus, não me expus em lamento.
Conheci muitos recantos ou lugares,
Metrópoles, vilas e até mesmo o sertão,
Tempos chuvoso e de estiagem,
Calor forte, frio, relâmpago e trovão,
As pradarias grande ou pequena,
Os traços de uma cabocla morena,
Fez disparar as batidas do meu coração.
Foi nas íngremes serras da Mantiqueira,
Lá nos recônditos recantos de Minas,
Nas sinuosas pradarias serranas,
onde a beleza natural se descortina,
Que me fez nesse tempo eu parar,
Pus meu coração na escala do amar,
Em traços nesse mapa, minha vida e sina.
Rio, 07/11/2009
Feitosa dos Santos