Teto da poesia
O que posso querer das coisas tão perdidas,
das noites que rolam esquecidas,
quando as tardes já se fizeram,
delinearam seu prefácio de saudades?
Que posso almejar, se meus lampejos
são luzes opacas,
ocultas na escuridão?
Que posso ser, senão espúrio,
mesmo quando tento lhe entender,
nos entrecortes da luzes,
quando a voz se cala... sem um só,
um só riso?
Ah, lutas sem refúgio,
sem prazeres, sem vitórias,
nem pecados, tão pouco glórias.
Tenho que esquecer os extremos,
saber que você é gente,
delicia-se na água fresca,
envaidecendo no amor.
Ah, razão que me busca,
corrompendo meus anseios,
definidos nas indefinições de romper,
cruzar este véu de incerteza,
esta cortina que as vezes molha meu rosto,
para gritar que amo,
que morro cada instante
flutuando nos seus olhos
neste infinito azul...
céu dos meus poemas.