PÁSSARO FERIDO
O mesmo amor que me faz viver, sonhar, conviver com anjos
Habitar reinos de encantos é o mesmo que me faz sofrer
Coerente, incoerente, real, irreal...
O que é normal ou anormal nesse mundo?
Onde o limiar? O começo de um e o fim do outro?
O primeiro ou último passo?
Dores de pássaro ferido perdido em temporal me devastam o corpo
Alagado em prantos sem abrigo nem ninho
Mesmo exposto à saudade do amanhã que talvez nem tenhamos
Mesmo com esse desconforto, com esse
desconsolo que me invade às vezes
Esse falar mudo que só nós dois entendemos
Esses gritos que damos e só nós dois ouvimos.
Não tem jeito, amo-te e te quero a todo instante
Tentei mentir pra mim, olhá-la com outros olhos
Vê-la como pecado, como fruto proibido, mas não faz efeito...
Despertas em mim sentimentos vários, de desejos mui profundos
De criança querendo peito, de menino pedindo colo
De adolescente inconsequente, de jovem esbanjando vigores
Desejos maduros de homem feito, sonhando teu corpo quente
Sabes bem quanto te amo, e quanto tanto que te quero
Apenas não sabemos quando nem onde. Quando enfim seremos nossos
Que ao menos seja em breve. Antes que acabe nosso tempo.
- Roberto Coradini {bp}