DECLÍNIO DE UMA PAIXÃO
Lentamente vai se esvaindo a esperança,
o vento ora rijo e ora lento, já não sopra
o gosto de viver e pouco a pouco, se
observa o declínio de uma paixão.
Já não existe mais aquele viço, as horas já
nascem mortas e a ausência de tudo
faz-se presente e facilmente, alcançamos
a crista dos escolhos...
Não se esboça qualquer reação, sequer
um sorriso para amenizar uma tensão,
apressados passos oferecendo a impressão
que se busca uma solução, mas são
apenas atos instintivos...
O nosso ontem se evaporou, somos hoje
como bando de aves desnorteadas que
procuram um local para repousarem, depois
da longa migração fugindo do rigoroso frio.
Ficarão gravados no tempo os vívidos
momentos, os quais foram pincelados com delicias
incomparáveis quando tudo parecia belo, sem
tormentas, assim como o belo do mar quando sereno.
Final de um romance, sentenciamos
nossa autodestruição.