cruzados, esquecidos, amores

A boca tragando rancores

dessas dores não vou contar

são amores

cruzados, ou não, eu vou lembrar

das paixões atravessadas, sem dores

Cortei corações e após cada fim

consegui levantar

Em cada cuidado, em cada maneira

o amor caiu, lamentavelmente, à ilusão

pregos e martelo, coração de madeira

perfurado, lhe entrou a luz, já não mais na escuridão

Traguei o desespero, sou livre por inteira

minha, só minha, para o mundo

que até então

não tinha visão

Em tantas cartas escritas

que nunca foram entregues

sonhos acabados

frases melancólicas manuscritas

aos sentimentos amarfanhados

cortados, beleza acabada

procurando para si

novos fardos

Sofrimento elementar

embriagou, a dor, já destilada

talvez, fosse o momento do amor, do mudar

deixar uma vida atravessada

"amar é da natureza, sofrer é se entregar"

e uniu, do seu corpo, cada parte despedaçada

Enfim, buscou a solidão

e, em cada instante de vida vazia

poemas errados mostraram que a vida não é um mundo vão

sentiu felicidade enquanto escrevia

frases erradas, mas nenhuma machucando meu coração

pois cada palavra escrita, era o espelho

do que sentia

Não procurou novos amores

ao peito, guardando saudades

escondendo cada uma das dores

não apareceram mais, encontrando a felicidade

com a boca tragando sabores

O tempo passou

mas, para ser feliz

ou infeliz

não existe

idade

Gianne Lorena
Enviado por Gianne Lorena em 28/10/2009
Reeditado em 06/06/2015
Código do texto: T1891402
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